quarta-feira, 6 de agosto de 2008

TEORIA DO CONHECIMENTO

René Descartes (1596-1650)
Cujo nome latino era Carteseus é considerado o "pai da filosofia moderna".O ponto de partida é em busca de uma verdade primeira,que não pode ser posta em dúvida,e por isso a dúvida se torna um método.Começa duvidando de tudo,da autoridade,do testemunho dos sentidos,da realidade do mundo e da realidade do seu próprio corpo.
Ele só interrompe essa cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser que duvida.Se duvido penso,se penso existo´:"Cogito,ergo sun"-"Penso,logo existo".Eis o fundamento para a construção de todo seu pensamento.
A principal característica do racionalismo é utilizar do seu pensamento,ou seja,do raciocínio para se chegar ao conhecimento.

David Hume(1711-1776)
Hume diz queas percepções podem ser divididas em duas classes:as menos fortes são as idéias ou pensamentos,a outra categoria de percepções recebe o nome de impressões.No conhecimento "as relações de idéias" para que essa relação se altere é preciso que uma idéia se altere.Por outro lado a probabilidade,cuja relações não são as mesmas do conhecimento.A probabilidade é um conceito que trata de relações de fato,não de razão.
O raciocínio de causa e efeito é,em síntese,um raciocínio provável,cujo fundamento só é dado na experiência.A principal característica do empirismo é utilizar da experiência,para Hume apenas utilizando os sentidos poderiamos chegar ao conhecimento.

Immanuel Kant(1721-1804)
Diante da questão "qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos e o que é conhecimento?",kant coloca a razão num tribunal para julgar o que pode ser conhecido legitimamente e que tipo de conhecimento não tem fundamento.Com isso pretende superar a dicotomia racionalismo-empirismo.
Condena os empiristas e da mesma forma,não concorda com os racionalistas.Para superar essa contradição,ele explica que o conhecimento é constituído de forma matéria.A matéria dos nossos conhecimentos são as próprias coisas e a forma somos nós mesmos.
Por tanto o nosso conhecimento experimental é um composto do que recebemos por impressões e do que a nossa própria faculdade de conhecer de si mesmo tira por ocasião de tais impressões.

Conclusão
Vimos que para René Descartes a razão era a melhor forma de se chegar ao conhecimento,o que para David Hume não era aceitável,pois ele acreditava que apenas usando da experiência-sentidos podiamos chegar ao conhecimento.Já Immanuel kant condena-os,porém concorda(estranho não?),ele faz uma síntese e afirma e ambos pensamentos precisam um do outro para chegar a um conhecimento "certo".



(Lívia Mª S. Neves)
DISCURSO DO MÉTODO

“(...) considerando que quaisquer pensamentos que nos ocorrem quando estamos acordados nos podem também ocorrer enquanto dormimos, sem que exista nenhum, nesse caso, que seja correto, decidi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais corretas do que as ilusões de meus sonhos. Porém, logo em seguida, percebi que, ao mesmo tempo em que eu queria pensar que tudo era falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta que as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o primeiro princípio da filosofia que eu procurava.”
A IDÉIA

De onde ela vem?! De que matéria bruta.
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.

(Augusto dos Anjos)
VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

(Augusto dos Anjos)